Ao líder da igreja,
paz e alegria do Senhor.
Há alguns anos, um conhecido articulador do evangelho
social sugeriu que a igreja é como a indústria automobilística: deve oferecer
vários tipos de evangelho, conforme as necessidades do ‘cliente’. Minha
experiência secular em marketing me faz considerar que, se a Igreja tem um ‘cliente’
ao qual deve adaptar seu ‘produto’, esse é o próprio Deus. É a ele somente que
a igreja precisa agradar. Na carta anterior, falei a você sobre a confusão
missional que a Igreja enfrenta. Agora, preciso dizer que, não sabendo quem é
ou para que existe, a Igreja não saberá o que fazer. Por isso, escrevo para pedir que você considere avaliar e melhorar as atividades de sua Igreja e de cada
crente sob seu cuidado.
A confusão entre quem é a Igreja e qual é sua atividade,
demandou o uso deste novo termo. O adjetivo para missões é missionário.
Portanto, uma igreja que tem atividades em missões é uma igreja missionária.
Contudo, precisamos de um adjetivo para uma igreja que é essencialmente
missionária, isto é, que não apenas faz missões, mas que a missão afeta
completamente sua existência. Então, primeiro em inglês, desde o início do
século passado, e cada vez mais em português, usamos o adjetivo ‘missional’. É claro
que a missão da Igreja como Corpo é a missão da cabeça. Jesus, depois de orar
por três a quatro horas no início de seu ministério, descreveu assim sua
própria missão: "Vamos para outro
lugar, para os povoados vizinhos, para que também lá eu pregue. Foi para isso
que eu vim" Mc 1:38. Infelizmente, havendo confundido sua missão com o
bem-estar do ser humano, a igreja escolheu atividades que não atendem à missão
de Deus em Cristo.
A centralização pós-moderna da religião nas necessidades
e interesses humanos provocou a crise missional da Igreja, com prejuízo em sua
atividade missionária. Alguns indícios disso são, primeiro, a diferenciação
entre missões e evangelização. Missões se limita a incertas atividades em
lugares distantes e exóticos, de modo que há o absurdo de missionários que não evangelizam
e evangelistas que não cumprem a missão. Segundo, a separação entre
evangelização e discipulado. Evangelização deveria ser a atividade de tornar
uma pessoa conforme ao Evangelho pela comunicação da Palavra de Deus, mas se
tornou mera atividade de abordagem. Terceiro, a departamentalização da
evangelização. Forma-se uma pequena equipe para distribuir folhetos e fazer
apresentações na rua, e os outros crentes se ocupam de outras coisas. Quarto, a
mensagem do Evangelho é substituída por propaganda religiosa. Quinto, o culto
se torna um item de entretenimento. Você mesmo pode ampliar essa lista. O
problema é óbvio.
Deixando de ser missional, a igreja deixa de ser
missionária. Como evitar esse desvio? Penso que a Grande Comissão não somente
oferece a identidade missional, como escrevi na carta anterior, como também
oferece os indicadores para a atividade missionária. Para explica-lo melhor,
permita-me parafrasear a Grande Comissão conforme Marcos: Todo crente, indo por
todo o mundo, comunique todo o Evangelho a toda criatura. Aplique isso à sua
igreja. Todo crente em sua igreja está envolvido na missão? Sua igreja está
presente em todo o mundo? Veja que mundo aqui é o termo grego ‘cosmos’, um sistema
organizado, portanto, os diversos setores da sociedade. Sua igreja comunica
todo o Evangelho, todas as coisas que Jesus ordenou? Sua igreja comunica o
Evangelho a todas as pessoas, sem que falte alguma? Pensando nisso, reúna sua
equipe e conversem sobre o que farão para serem uma igreja verdadeiramente
missional e missionária.
Quem não evangeliza precisa ser evangelizado.
Seu para evangelizarmos todo mundo,
José Bernardo
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