Ao líder da igreja,
paz e alegria do Senhor.
Um dos debates mais desafiadores dos últimos tempos tem
sido a identidade de gênero. As pessoas não estão contentes com quem são, e não
somente no aspecto sexual, por isso sofrem de psicopatias diversas em que
aquilo que são não é o que querem ser. A esse sofrimento denominamos
egodistonia. É interessante notar que a Igreja tem sofrido o mesmo problema,
uma crise de identidade e não raro um processo transgênero em que a missão da
Igreja é desvirtuada.
Fomos criados para sermos membros de indivíduos
coletivos, a família e a igreja, por exemplo. Portanto, além das
características físicas, nossa identidade funcional é definida coletivamente. É
quando passamos a definir a verdade a partir de nossa sensualidade que a
egodistonia se manifesta. Nós fomos gerados em pecado, nossos desejos carnais e
supostas necessidades não se alinham com a vontade de Deus. Se nos
concentrarmos no que queremos, certamente não aceitaremos a identidade designada
a nós para funcionarmos coletivamente. Isso também acontece com a Igreja. O
bem-estar humano é a ênfase de cada um dos quatro falsos evangelhos, porém,
Deus nos chamou para o seu Reino, isto é, para fazer a vontade dele e não a
nossa. Então, é claro que toda a contaminação de falsos evangelhos leva nossas
igrejas a um conflito de identidade missional que se tenta resolver com a
ressignificação da missão da Igreja. Na teologia da prosperidade a igreja
cumpre um papel motivacional, no evangelho do bem-estar social a igreja se
torna uma ONG, na teologia terapêutica a igreja é uma clínica de recuperação e
na teologia do poder, um partido político.
Nesses dias em que os falsos evangelhos produzem grave
egodistonia nas igrejas e muitas redesignam sua missão, precisamos reconhecer o
fato de que nossa identidade funcional não é definida por nossas necessidades e
desejos, mas pelo próprio autor e consumador de nossa fé. Saudáveis, não
seremos o que queremos, mas o que Deus em Cristo quer. Se for assim, devemos
reconhecer que nossa missão como igreja é definida na Grande Comissão. A Igreja
não existe para o sucesso dos membros, nem para a justiça social, a saúde
psicológica ou a vitória política. A Igreja existe para comunicar o Evangelho.
Depois de ressuscitar, Jesus voltou para ensinar isso e cada evangelista captou
um ângulo dessa verdade. No Evangelho de Mateus a comunicação é didática (Mt
28:20), a Igreja é ensinadora. Em Marcos, a missão de comunicar o Evangelho é
kerigmática (Mc 16:15), portanto a Igreja é proclamadora. Em Lucas, a igreja
cumpre sua missão testemunhando (Lc 24:48), a missão é martírica, a igreja é
testemunha. Finalmente, em João, a missão é vicária, representar o Evangelho
(Jo 20:23), portanto a igreja é representante.
É inaceitável que a igreja se desvie de sua identidade
missional. É certo que um caráter transformado pelo conhecimento da verdade não
se exime de alimentar os famintos, vestir os desnudos, visitar os presos e
curar os enfermos. No entanto, fazemos isso por piedade, não por missão. A comunicação do Evangelho é a exclusiva e
suficiente ação social da Igreja. Exclusiva, porque somente a Igreja pode realiza-la;
suficiente, porque é o pleno conhecimento da Verdade que liberta o homem todo
(Jo 8:32). Nossa missão é a comunicação do Evangelho: ensinar, proclamar,
testemunhar e representar essa mesma Palavra que criou os céus e a terra e que
pode libertar para cumprir a vontade de Deus, homens e mulheres de todas as
nações, tribos, povos e línguas. Sua igreja sabe para que existe?
A evangelização é a missão integral da Igreja.
Seu para evangelizarmos todo mundo,
José Bernardo
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